Ansiedade, como evitar

1 de Maio de 2022

Ultimamente ando um tanto atenta a uma pandemia silenciosa, que ao que parece, se tornou tão comum que toda a gente acha normal.

Por agora vamos chamar-lhe “nervosismo”. 

Passa-se que tenho vindo a constatar o aumento desta queixa, uma espécie de inquietação interna sem razão aparente que é cada vez mais comum. Quer seja em conversas com amigos, quer seja em sessões de Coaching, este desabafo aparece a medo aqui e ali, o que em virtude da forma como levamos a vida não me surpreende nada.

O que verdadeiramente me surpreende é que toda a gente considere “normal” viver neste estado de agitação permanente.

Mas não é normal depois do que passámos estes 2 anos, pergunta o leitor?

Não. E se nada se nada for feito, evolui para ansiedade, e aqui a coisa complica-se mesmo.

Neste preciso momento em que escrevo este artigo, oiço o vizinho do lado completamente alterado. Oiço-o a vociferar de tal maneira que se faz eco no quarteirão. Está literalmente a “explodir” tomado por um total descontrolo, mas em virtude de uma questão que para quem tem filhos adolescentes, como é o caso, é o pão nosso de cada fim de semana: a criança acorda tarde e a más horas e não faz nada do que se lhe pede.

Note que são moradias numa zona calma, trata-se de uma pessoa que vejo quase diariamente, simpático, geralmente tranquilo, nada a dizer.

Pimba. Bateu com o carro a sair do portão, agora é que vai ser…

O nervosismo afeta-nos mais do que gostamos de admitir, e não meu querido leitor, não é normal.

Trata-se de uma condição que evolui lentamente, uma espécie de inquietação interior que normalmente atribuímos (erradamente) ao cansaço, e que se persistente altera o equilíbrio interior, destrói relações pessoais e afeta o desempenho profissional, com todas as implicações que daí resultam. 

Atualmente, poucos podemos afirmar que não sofremos desta pandemia.

Estes são alguns exemplos de como se manifesta:

  • Alterações do estado emocional ao longo do dia, ser vítima de “moods” que vão de um extremo ao outro drenando a energia
  • Dificuldade em parar o carrossel de pensamentos, ou seja, uma vida interior em constante aceleração
  • Dificuldade em descansar, em estar parado e por vezes até em adormecer
  • Á noite quando chega a casa poisa as coisas, mas de manhã quer sair e não encontra as chaves, o telefone, os óculos ou a carteira…
  • Não sabe bem o que se passa consigo, mas sente uma inquietação, um medo latente de “perder oportunidades” que o faz estar sempre em alerta, sempre “ligado”
  • Não consegue sentir paz, sossegar

Entre outros.

Claro que todos temos fases complicadas com problemas pessoais e/ou profissionais, a questão aqui é outra, é o facto de ser persistente.

O “nervosismo” resulta da falta de prática e de conhecimento sobre criar “centro”, um estado interior tranquilo ao qual conseguimos aceder apesar dos problemas que nos assolam, e que nos permite precisamente lidar de forma assertiva com eles.

Um estado no qual existe conexão entre o que está a pensar, a sentir e a fazer.

Se este tema faz ressonância consigo ofereço-lhe este exercício simples que criei e que há anos pratico no meu dia-a-dia – é inspirado na prática Oriental de Atenção Plena. 

Durante 10 a 15 minutos de cada dia, vai passar a dar atenção plena aos gestos mais comuns que está a fazer e a como os está a fazer. Lembre-se de que como acontece com o exercício físico não basta experimentar uma vez, é necessário que se torne numa prática diária: um hábito.

LIFE COACHING – “Como acalmar os pensamentos, criar foco e aumentar o bem-estar interior”

1º Passo: eleja uma atividade do seu dia-a-dia para aplicar o exercício

Para começar eleja uma atividade simples do seu dia-a-dia, como seja preparar o pequeno-almoço, organizar a secretária, tomar banho ou vestir-se. O critério é que seja algo que faz sozinho diariamente.

2º Passo: exercício de Atenção Plena

10 minutos por dia vai concentrar-se em fazer os gestos habituais da tarefa que elegeu, mas agora da forma o mais correta e o mais controlada possível, delicadamente, com gestos de quem está de visita a um templo.

a) Descreva silenciosamente para si próprio o que está a fazer, enquanto o está a fazer. Se fizer sentido para si, agradeça. Agradeça pelo simples facto de ter saúde, braços, pernas e olhos para poder fazer a tarefa.

b) Observe atentamente os seus gestos e os objetos em que está a tocar: dando toda a sua atenção à forma e à cor dos objetos, sinta o peso e a textura.

Repita todos os dias ou sempre que se sentir inquieto e não conseguir parar os pensamentos. Qualquer tarefa, por mais simples que seja feita com atenção plena tende a gerar um estado de conexão interior, até tirar a loiça da máquina serve para o efeito.

Este é um exercício prático que pode parecer simples, mas é na realidade uma forma de meditação que pode integrar no seu ritual do dia-a-dia, a qualquer altura e em qualquer lugar. 

Com a prática vai notar resultados mensuráveis, quer no seu equilíbrio interior, quer na sua capacidade de foco quer na clareza de pensamento.

Não posso mudar o seu mundo por si, mas posso ativar os recursos que tem e não está a usar para o fazer.

Isto é Life Coaching. 

Até breve

NEWS
Fique a par de todas as novidades, notícias, eventos, formações e workshops.

Horário

Seg-Sex
09h00 às 19h00

Sábados e Domingos
Por marcação

Encontre-nos


© The House of Self . 2022